A cidade batizada pelos tropeiros, boiadeiros
e viajantes como "Santana dos Olhos D'água" - Feira de Santana - em
referência a grande quantidade de lagoas existentes, completa 187 anos de
emancipação político-administrativa, nesta sexta-feira, 18 de setembro.
Resgatando
as memórias do passado, o chefe do Departamento de Educação Ambiental da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), João Dias, destaca o papel
essencial dos recursos hídricos como fator fundamental para o surgimento da
cidade.
Ele
ressalta que a fazenda adquirida por Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa
possuia cerca dez lagoas, próximo ao trecho da Estrada Real do Gado, que ligava
a cidade de Cachoeira, passando por Feira de Santana até Pernambuco.
"Feira
sempre foi uma cidade pujante. E seu crescimento tem forte relação com os
corpos hídricos. Vale destacar que muitos historiadores afirmam que as águas
dos rios Jacuípe e Pojuca foram fundamentais para o desenvolvimento da
cidade", relata João Dias.
Lagoas
vivas
Ainda
conforme o chefe de Educação Ambiental, Feira de Santana possuía 120
lagoas. Destas restaram 60, segundo levantamento da Semmam. "Muitas delas
foram ocupadas com a urbanização e construções ilegais. A ausência do
sentimento de pertencimento, de cuidar do meio ambiente faz com que as pessoas
destruam os recursos hídricos", observa.
João
Dias salienta que é preciso consultar o poder público para saber se área é de
proteção permanente ou ambiental. "A Lagoa da Pedreira possui 16 casas
dentro, enquanto a Lagoa do Prato Raso tem cerca de 200 casas", lamenta.
Explica
que as construções irregulares destroem os ecossistemas, fator principal para o
desenvolvimento de constantes surtos e epidemias de arboviroses no município.
"É triste afirmar, mas por causa de problemas ambientais Feira de Santana
convive com epidemias constantes de arboviroses. É preciso ter consciência e reconhecer
que aquele espaço também é seu", pontua.
Fonte: Secom
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