O deputado federal Valmir Assunção
(PT) foi vítima de crime de injúria racial nesta sexta-feira, 10, no município
de Itamaraju, no sul baiano. Um áudio gravado por uma comerciante, que seria
apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, passou a circular nas redes sociais com
termos pejorativos contra o parlamentar, a exemplo de “macaco”, “ridículo”,
“horroroso”, “vagabundo” e “nariz de chapoca”.
As agressões iniciaram, segundo o
deputado, depois que divulgou um vídeo nas redes sociais defendendo a proposta
do governador Rui Costa (PT) de instalar 20 leitos de Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI) para tratar pacientes infectados pelo coronavírus na cidade.
No áudio, a mulher diz que os
equipamentos levariam o coronavírus para a cidade, mas também acusa o
congressista de ter levado dois motéis para o município utilizando nome de
laranjas. “Me aponte alguma coisa que esse macaco trouxe para Itamaraju”, diz.
Ao tomar conhecimento da existência
dos áudios, o deputado acionou a Secretaria da Segurança Pública do Estado da
Bahia (SSP-BA) para apurar o caso. “Não posso me abster de denunciar isso,
pois sei que o país ainda possui em sua sociedade pessoas racistas e
desinformadas. O fato de eu ser negro é motivo de orgulho. A ignorância das
pessoas diante desse processo histórico só dificulta a atuação política em
Itamaraju e em outras regiões da Bahia e do Brasil. Vou até o fim para que essa
pessoa seja punida devidamente dentro da lei”, aponta Valmir Assunção.
Na manhã deste sábado, 11,
a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi),
informou que acompanha o caso envolvendo a prática de racismo contra o
deputado federal. "O caso está sendo monitorado pelo Centro de Referência
Nelson Mandela, órgão vinculado à Sepromi onde foi formalizada a denúncia.
Também foi comunicado à Secretaria da Segurança Pública (SSP) para a apuração
policial. O fato pode ser enquadrado na Lei Nº 7716/89, a Lei Caó, que define o
crime de racismo como inafiançável e imprescritível", diz a pasta em nota.
· Fonte: A
Tarde
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