O advogado Orlando
Freire, 29 foi encaminhado para o conjunto penal de Feira de Santana no final da
tarde desta quarta-feira (13). Após se apresentar à Juíza Márcia Simões Costa,
titular da Vara do Júri e prestar depoimento na delegacia, o acusado de agredir
e tentar matar um investigador da polícia civil e um caminhoneiro após um show,
no último domingo (10).
De acordo com a delegada Bianca Torres, em resumo, durante
depoimento, o advogado alegou legítima defesa. “Ele se contradisse algumas
vezes e disse que em nenhum momento a intenção foi de matar o policial. Disse
que foi ameaçado e agredido verbalmente e por isso perdeu a paciência e acabou
em vias de fato. Ele disse que houve a primeira agressão no interior da festa,
que foi empurrado, mas que não sabe identificar por quem. Quando virou, segundo
ele, foi agredido pelo policial. Disse ainda que ao entendimento dele o vídeo
foi editado. Mas apuramos, pegamos as imagens e entendemos que a intenção dele
foi de matar”, afirmou.
Sobre a mulher do advogado que
presenciou toda a cena, a delegada Bianca Torres informou que ela não cometeu
crime algum. “Na verdade, ela tentou segurar ele para que não começassem as
agressões, já a ouvimos e nada vai acontecer em relação a ela”.
Sobre a alegação do advogado
Orlando Freire de que não atirou no policial, apenas teria apontado a arma na
cabeça dele, a delegada afirmou que a polícia já pediu a perícia da pistola
para ter certeza, a partir do laudo, se houve realmente uma falha técnica na
arma e ele não concluiu o disparo por conta disso.
Com relação ao caminhoneiro que
tentou defender o policial, a delegada informou que o acusado disse que
deflagrou o tiro apenas para se defender. “Ele disse que o caminhoneiro fugiu e
ele achou que poderia ter uma arma dentro do caminhão, então ele deflagrou o
tiro”.
O
que diz a defesa
Orlando Freire se apresentou
acompanhado do advogado de defesa Joari Wagner, que esclareceu que no momento
está na fase do inquérito policial.
“É importante que façamos a seguinte distinção: ainda estamos na
fase do inquérito policial e a partir da prisão preventiva dele vai ter um
prazo de 10 dias para ser finalizado, então não há uma acusação formal. Isso só
vai ocorrer quando o MP receber esses autos do inquérito, oferecer a denúncia e
a partir daí ele vai responder ao processo penal. Aqui então ele está indiciado
por tentativa de homicídio, mas pode ser que a autoridade policial que preside
o feito, no término do inquérito, entenda que houve outro tipo penal que não
seja a tentativa de homicídio”, explicou.
O advogado de defesa disse
ainda que preferiu apresentar o cliente à autoridade judiciária que decretou a
prisão preventiva, onde foi feita a audiência de custódia. “A apresentação
espontânea dele perante a autoridade judiciária foi a melhor opção naquele
momento. De lá ele foi encaminhado à autoridade policial, onde prestou
depoimento. Ele está indiciado por dupla tentativa de homicídio, porém, segundo
a versão dele, não houve a intenção de matar”, disse.
O advogado de defesa Joari
Wagner afirmou também que o cliente reconhece que se excedeu na agressão, porém
afirma que se realmente quisesse matar, tanto o caminhoneiro quanto o policial,
teria feito, mas essa não foi a intenção.
“Ele não alegou legítima
defesa, ele informa justamente que teve a luta no interior da festa e no
estacionamento mais uma vez. Ele informa que queria ir embora do local com a
esposa e o policial o aborda no caminho. Então no meio da discussão ocorre a
briga. Quando ele pega a arma de fogo ele apenas profere algumas palavras ao
policial. Ele disse que falou da seguinte forma: ‘Eu não vou lhe matar, pois
não é minha índole. Se fosse você, o faria’. Dalí ele seguiu para outro
destino”.
Fonte: Acorda Cidade
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