A juíza Márcia Simões Costa, titular da
Vara do Júri de Feira de Santana, expediu na tarde desta sexta-feira (3), o
mandado de prisão preventiva do médico Antônio Marcos Rêgo Costa, acusado de
matar a ex-mulher Gabriela Jardim Peixoto, de 35 anos.
Ele veio do Acre, para onde
viajou depois o desaparecimento da vítima e apresentou à polícia no Complexo de
Delegacias do bairro Sobradinho na manhã de hoje em companhia de seu advogado,
Guga Leal.
Após
quase seis horas de depoimento foi decretada a prisão preventiva e Antônio
Marcos foi encaminhado para exame de corpo de delito no Departamento de Polícia
Técnica (DPT).
A delegada Klaudine Passos que
está a frente da investigação deu detalhes sobre o depoimento do médico e
segundo ela, ele foi preso flagrante delito atendendo determinação judicial.
Ela
afirmou que Antônio Marcos informou que ele e a vítima beberam e usaram drogas
no dia do desaparecimento de Gabriela e que havia uma terceira pessoa envolvida
na relação do casal.
“Ele
disse que teria discutido com a senhora Gabriela e a mesma teria feito alguns
empréstimos de valores altos. Tais como em junho, um de 40 mil e em julho,
outro de 60 mil. Teria se apropriado de um salário que ele havia recebido e que
estava atrasado, de 31 mil e que ele percebia que a relação estava com algum
problema. Ele ratifica questões de que o relacionamento estava sendo consubstanciado
a três e havia uma profissional do sexo inserida na relação deles, justamente
para que a relação voltasse a ter a empolgação que tinha do início. Ele disse
também que no dia do fato eles consumiram muita bebida e muita cocaína, cocaína
esta comprada por Gabriela. Ele fez menção de que pegou a BR-116 Norte Norte,
teria ido até o trevo e retornado. Ocasião em que eles discutiram, ela chegou a
dar uma luxação no quinto dedo da mão direita dele e com essa mesma mão, com o
dorso da mão, ele chega a atingir a testa dela com um anel. Daí porque o
sangramento no carro. Ela teria o agredido e ele tentando se defender, mesmo
dirigindo. Em um determinado momento ele para o veículo, ela desce, eles
continuam discutindo e a partir daí ele deixa ela na estrada”, relatou.
A delegada comentou ainda que o
médico deu continuidade ao depoimento informando que após deixar Gabriela na
estrada, retornou para Feira de Santana e resolveu voltar para ver onde ela
estaria. No entanto, não a encontrou e foi para um condomínio onde moram dois
amigos médicos também formado na Bolívia.
“Ele afirmou que é um
condomínio que ele não sabe o nome, só sabe chegar, é um local onde moram mais
dois médicos e que entrou, mas os médicos não estavam em casa. Mas, acha que o
porteiro por conhecer o carro dele, deixou que entrasse. Questionado acerca das
chaves do apartamento, ele contou que entrou porque teria ligado para o médico
e pegou as chaves que estariam no extintor da área comum ou na caixinha de
correspondência. Ele ficou no apartamento, procurou logo cerveja para beber e
como não tinha tomou água e ficou sentado pensando. Chegou a dormir, e ao
acordar ele passou mensagem para ela dando bom dia, mas a mensagem não foi
recebida. Mais tarde um pouco ele recebe uma ligação da mãe, dizendo que não
estava bem e aí ele foi para Porto Alegre. Duas primas dele foram encontra-lo e
de lá ele foi para Rio Branco na capital do Acre. Ficou na casa da mãe dele e
tomou conhecimento dos fatos através do Acorda Cidade, de que a polícia estaria
a procura dele haja vista que ele era um dos principais suspeitos do sumiço
dela. De modo que procurou um advogado e fez a articulação de apresentação
veículo e o retorno para Feira, porque ele sabia que a prisão preventiva havia
sido decretada”, pontuou.
Para
a delegada Klaudine Passos, os autos trazem claramente que Antônio Marcos é
autor da morte de Gabriela e as provas trazidas corroboram para indiciá-lo,
mesmo o acusando relatando que não se lembra de nada depois que deixou Gabriela
na estrada.
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