Prestes a paralisar as atividades, medida prevista para a
próxima quinta (28), os servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) de Feira de Santana denunciam precariedades nas condições de trabalho,
como veículos quebrados e sucateados, falta de sistema de radiocomunicação,
computadores, indisponibilidade de materiais e insumos. A “situação de caos”
foi denunciada pelo representante dos funcionários, Rafael Santos da Silva, que
discursou na Tribuna Livre da Câmara Municipal, nesta quinta-feira (21).
Segundo ele, os problemas são resultantes “do processo de
sucateamento imposto pela gestão da coordenadora municipal Maiza
Macedo”. Rafael diz que a enfermeira ocupa a coordenação do SAMU há mais
de 20 anos, perpetuando-se no cargo de forma “ditatorial e “centralizadora”.
Segundo ele, a gestora tem conhecimento das condições precárias de trabalho,
que colocam em risco a segurança dos trabalhadores e pacientes. No entanto, ele
diz que Maiza Macedo “mostra-se muito mais preocupada com a sua evolução pessoal”.
Isto porque, conforme o profissional, mesmo com a obrigatória
dedicação integral ao cargo, ela “acumula atividades em faculdades privadas, no
Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ministra cursos
em diversos municípios, trabalhos estes que são desenvolvidos nos horários em
que deveria estar no SAMU”. Desta forma, conclui o representante dos
servidores, a coordenadora “fere princípios da administração pública, como a
moralidade, legalidade e publicidade”.
Enquanto isto, denúncia Rafael, o prédio-sede do SAMU permanece
com rachaduras que comprometem sua estrutura. Registros de ocorrência são
preenchidos à mão, espaço inadequado para descanso entre plantões, escassez de
médicos para completar a escala e jornadas de trabalho exaustivas, são outras
deficiências enfrentadas: “Eu quase não durmo mais em casa e pouco vejo a minha
filha, isto é desumano”.
Os problemas ainda se estendem à remuneração dos servidores,
acrescenta. Segundo ele, mesmo com o apoio do Governo Federal durante a pandemia
de Covid-19, o prefeito Colbert Martins “cortou a única gratificação que os
técnicos de enfermagem recebiam”. O chefe do Executivo também é acusado de não
ter repassado o pagamento dos profissionais do SAMU que atuaram durante a
Micareta 2023.
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