"As comunidades tradicionais são capazes
de gerar renda e criar novos postos de trabalho, resultando em alternativas de
desenvolvimento e de fortalecimento socioeconômico”. A afirmação é de Dandara
Lopes, da Coordenação de Políticas para Povos e Comunidades Indígenas, durante
a Oficina de Turismo Étnico Afro, realizada na tarde de terça-feira, 7, no
auditório do Mercado de Arte Popular (MAP).
Com
o tema “Empreendedorismo Étnico e Étnodesenvolvimento”, o evento promovido pela
Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, por meio
do Departamento de Turismo, reuniu atores sociais ligados à cultura étnico-afro
do município, a exemplo de mestres de capoeira, representantes do candomblé,
produtores culturais e artesãos. O objetivo é qualifica-los para a implantação
da Rede de Turismo Étnico Afro.
“As comunidades já têm seu
produto estabelecido. No entanto, é necessário se qualificar, através das
formações, para daí fortalecer a atividade que oferecem e fazer sua
autogestão”, acrescentou Dandara.
Há
quatro anos confeccionando turbantes, Adão Ferreira reconhece o quanto é
necessário se preparar para desenvolver sua atividade e, com isso, dar
visibilidade ao seu produto. “Isso vai fortalecer o meu trabalho”, entende.
“Sem a visibilidade devida”
A pedagoga e ativista cultural Hely Pedreira
(foto) também participou da oficina. Conforme observou “Feira de Santana é
dotada de muitos espaços ligados com a cultura afro, e de linguagens artísticas
variadas, mas que não têm a visibilidade devida”, avalia.
“A
partir da formação da Rede de Turismo Étnico Afro, a nossa cidade vai passar a
ser vista não só pelo turista, mas pelo próprio cidadão que mora aqui”, prevê.
Roteiro Turístico
De
acordo com a diretora de Turismo, Graça Cordeiro, o objetivo das oficinas é
qualificar os diversos atores sociais ligados ao movimento negro. O foco
é implantação do Roteiro de Turismo Étnico Afro, que deverá ser comercializado
a partir de janeiro de 2019.
“A
proposta é preparar os produtores da cultura de matriz africana do nosso
município para que tenham condições de receber o turista, de modo organizado e
profissional, nos diversos segmentos, assim como já acontece em Salvador,
Cachoeira e São Félix”, afirmou.
Ainda
estão previstas mais duas oficinas, além de visitas técnicas aos equipamentos –
escolas de dança afro, oficinas de instrumentos de percussão, terreiros,
espaços de capoeira e de culinária, além do setor de confecção.
Fonte: Secom/Fotos/Washington Nery
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