Vamos voltar a tempos idos, lembrando o que
estava acontecendo em Feira no dia 13 de março de 1953, portanto há 66 anos
tomando como fonte algumas publicações da época, assim como noticias vinculadas
nos jornais que existiam na cidade.
Sobre
os jornais vale frisar que além do decano semanário “Folha do Norte” mais dois
estavam em circulação. O também semanário “Vanguarda”, do vereador Demócrito
Soares e o “Diário de Feira” do prefeito Almachio Boaventura.
Antes
das notícias, um pouco daquela Feira de Santana que no inicio da década de 50,
segundo dados do IBGE, tinha um total de 107 mil 205 pessoas habitando o
município, sendo 34.277 no distrito sede e 72.928 nos demais distritos zona
rural.
Feira
tinha como seu prefeito, o tabelião Almachio Boaventura, que antes exerceu o
cargo de vereador. Almachio, entre outras realizações, construiu o estádio
municipal que mais tarde, em 1966, deu lugar ao atual Jóia da Princesa,
edificado por Joselito Amorim.
Treze
vereadores integravam o poder legislativo. Entre eles três ex-prefeitos:
Heráclito Carvalho que governou por dois períodos, no final dos anos 30 e
inicio dos anos 40. Francisco Caribé que foi um dos muitos nomeados após a
queda do Estado Novo e Aguinaldo Boaventura eleito em 1947, com a volta do
regime democrático.
Também
entre os treze vereadores dois jovens estreantes que entrariam para a história
política da cidade. O médico Wilson Falcão e o advogado Francisco Pinto ambos
já no “andar de cima”. Em 1971 os dois passariam a atuar juntos na câmara dos
deputados.
O
poder judiciário continuava funcionando no prédio da Prefeitura e as sessões do
júri no espaço hoje denominado salão nobre. Juiz de Direito da Vara Cível da
Comarca de Feira de Santana, Candido Colombo Cerqueira era a autoridade maior.
Feitas
essas lembranças, vamos às noticias do tempo que a cidade tinha suas poucas
ruas do centro e dos subúrbios, interligadas por muitos becos, alguns famosos
com seus nomes exóticos, como o Bom e Barato, Lasca Gato, e Baixinha da Égua,
Jibóia e outros.
Na
saúde, a Santa Casa de Misericórdia distribuiu balancete mostrando
receita e despesas com as obras do novo Hospital Dom Pedro de Alcântara. Era
provedor o vereador Wilson Falcão, tendo como tesoureiro Antônio Pinto, pai do
historiador Raimundo Pinto.
Ainda
sobre a Santa Casa, a instituição deu conhecimento que no primeiro bimestre do
ano, janeiro e fevereiro, foram realizados 61 sepultamentos no Cemitério
Piedade, de sua propriedade e único da cidade. Foram 38 em sepulturas pagas e
23 em sepulturas grátis.
No
esporte a torcida da A. D. Bahia ainda comemorava a vitória de 4 a 1 no
amistoso contra o Elite Futebol Clube, campeão de Santo Amaro. O “bicho papão”
jogou com esta escalação: Baguesa, Lipinho e Bueiro; Cabo, Tote (Painé) e
Juvenal; Alegre, Mirinho, Mário Porto, Macedo e Nozinho (Otoney).
Ainda
no esporte, o time de basquetebol do Feira Tênis Clube, em que pese a grande
exibição, perdeu de 29 a 26 para o poderoso C. R. Itapagipe. Clovis, Regis,
Isaac, Dega e Dilermando defenderam o clube feirense que durante o jogo também
utilizou os atletas Itamar, Oyama e Helio Brasileiro.
Na
cultura, com grande presença foi realizada no Edifício Santana a primeira
reunião para a criação da Associação Cultural de Feira de Santana. À frente da
iniciativa estava Dival Pitombo, que foi o responsável pela redação do
ante-projeto dos estatutos.
Na
educação, o Colégio Santanópolis, pelo seu diretor Áureo Filho, anunciou para o
dia 19 o encerramento das matriculas para os secundaristas e mais o curso
comercial. No aviso, lembrou que já no dia seguinte seria iniciado o ano letivo
por determinação do Ministério da Educação e Saúde.
Na política, Claudemiro Campos, presidente do PTB local, enviou dois telegramas a Getulio Vargas, presidente da republica. No primeiro sugerindo a liberação de mais recurso para as obra da rodovia Rio - Bahia e no segundo por conta da seca prolongada, pedindo medidas para amenizar o sofrimento dos nordestinos, em transito na cidade.
Na
recreação, Silvério Pedra Banca anunciou excursão para quem quisesse conhecer e
banhar-se nas águas milagrosas do Jorro, em Tucano. A caravana teve como ponto
de partida a Rua do ABC, utilizando seu confortável caminhão de placa nº
3.00.97.
Na
música, a professora Clarice Bullos Cerqueira avisou aos seus alunos e todos os
interessados o recomeço das aulas do curso de piano na escola localizada na Rua
Barão do Rio Branco nº 25/A.
No
comércio, a loja “A Seda Moderna” comunicou aos foliões que “por conta da
micareta que se avizinha”, acabou de receber entre outras marcas, “setim
lumiére, lamé e duchese em todas as cores, além de organdys organzas lisas e
lavradas”. (Adilson Simas)
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