Uma
estudante de 18 anos foi mantida em cárcere privado por seis meses, dentro da
casa onde morava com o namorado, na cidade de Camaçari, na região metropolitana
de Salvador.
A jovem, que prefere não ser identificada, contou que era
mantida com os pés e mãos amarrados e era agredida constantemente. Ela aponta o
namorado, que tem 25 anos, como suspeito.
O caso foi registrado nesta quarta-feira (20), na Delegacia de
Atendimento à Mulher (Deam). O namorado da vítima é procurado pela polícia.
“De uma hora para outra ele endoidou e pegou a faca e me
ameaçou. A partir de então, ele me deixou trancada dentro de casa. Não deixava
eu sair, não deixava eu conversar com ninguém”, contou a jovem.
A vítima mostrou marcas pelo corpo provocadas pelas agressões do
namorado. “Isso aqui foi uma tesourada que ele deu na minha perna. Isso aqui
foi um pedaço de madeira que ele estourou na minha perna”, mostrou.
A vítima foi resgatada pelo pai na
terça-feira (19). O homem contou que desconfiou que alguma coisa errada estava
acontecendo com a jovem após tentar falar com a filha algumas vezes e não
conseguir. Ele diz que era o namorado da garota que atendia o celular sempre
que ligava, e inventava desculpas para ele não falar com a jovem.
“Sempre que eu falava que vinha aqui
na casa, para ver ela, ele dizia que estava de saída ou as vezes dizia que não
estava aqui, estava em Salvador. Cuidando de uma suposta avó, que ele inventou
que tinha uma avó doente, e que ela estaria lá cuidando dessa avó”, falou o pai
da jovem.
O casal estava junto há oito meses e
morava em uma casa que pertence ao pai da vítima, no bairro Phoc II. Os avós da
jovem moram em uma residência em cima do imóvel, mas não desconfiaram da
situação. O caso só foi descoberto depois que o pai da menina resolveu ir ao
local.
O homem conta que, ao chegar no
imóvel, começou a chamar pela filha, que pediu socorro. O suspeito não estava
na casa no momento do resgate. O homem entrou na residência e achou a filha
amarrada, no quarto, com marcas de agressões no corpo.
Ao ouvir o pedido de socorro] foi
quando eu entrei em desespero, “meti” o pé na porta. Quando eu cheguei aqui
entrei, a minha filha estava amarrada, sem força para levanta", contou o
homem.
"Assim que meu pai me resgatou,
que meu pai arrombou a porta de casa e me achou lá amarrada, toda ferida, eu
peguei e falei: 'Eu vou esquecer disso. E eu realmente esqueci e eu não consigo
nem lembrar muito como é o rosto dele'", disse a jovem, emocionada.
Fonte: G 1
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