A notícia escapuliu pelos zaps ontem: Kitut morreu!
Quem
acredita no que vê e ouve espalhou a notícia como farinha em ventania com essa
certeza bolsonara que, convenhamos, sempre existiu por aqui pela Feira mesmo
antes do pandemônio aparecer.
– Morreu
sim, morreu, uma amiga, amiga do amigo que tem um primo casado com uma
vendedora de coentro cuja mãe mora na favela do horto lá na rua da aurora disse
que ele morreu, é verdade!
Então, de repente não mais que de repente, diz o verso do
poetinha, numa quarta-feira sem cinzas mas pandêmica, olhe Kitut morto….
– De
covid19 não foi, foi de covid51! ,o que não falta é
piadista nessas horas.
Escaldado
por dezenas de anos no jornalismo, acostumado a ouvir mentira de políticos,
empresários, e outros bichos da horrenda fauna humana, desconfiei. Até porque
Kitut já morrera outras vezes pela língua insana dos boateiros. Mas não podia
fazer muita coisa para checar ‘in loco’, o que significaria sair da Matinha dos
Pretos para ir à caça de Kitut pelas ruas da Feira de Lucas, o que não é
recomendável nesses tempos de isolamento saudável. Resultado, fiquei no zap
mesmo, perguntando a umas e outras pela veracidade do fato.
Kitut não é
ex-prefeito, nunca exerceu cargo de secretário ou procurador…talvez a única
semelhança com figurões desse naipe seja uma certa tara sexual que ele
demonstra com caras e bocas pelas sinaleiras do centro… os Kituts, os
Malacas, os Jesus e os Bispos das ruas não entram na conta do noticiário…ainda
mais numa pandemia….não sabemos seus nomes, seus endereços, sua vida familiar….
Mas eis que
apareceu esse vídeo do próprio Kitut com uma resposta digna de um verdadeiro
imortal, não desses de academia de letras, dessas que na Feira exagerada
existem aos montes. Mas de um imortal calejado pela crueza e o desdém da vida,
um acadêmico das ruas. Kitut é um imortal.
Longa vida
a Kitut!
Texto: Blog Da Feira/Jânio Rêgo
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