No seu tempo de jornalista em plena atividade,
o ex-intendente, ex-deputado constituinte e ex-prefeito Arnold Silva mantinha
no jornal Folha do Norte a coluna “Vida Feirense”, lembrando fatos do passado
alusivos a esta cidade registrados. Na edição do jornal que circulou em 29 de
abril de 1950 o historiador transcreve o trabalho do poeta Godofredo Filho
sobre a Igreja dos Remédios. Vale a pena lembrar (Adilson Simas).
NA
COLUNA VIDA FEIRENSE, A IGREJA DOS REMÉDIOS
“29 de maio de 1940 - O poeta Godofredo
Filho [foto], ilustre feirense, ex-professor da Escola Normal e assistente
técnico da 5ª Região do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
está empenhado em obter apontamentos sobre a capela de N. S. dos Remédios, no
sentido de colocá-la sob a proteção do mesmo Serviço”
-
Neste ponto, como em tantos e importantes outros, falham lamentavelmente os
dados de que se dispõe, bastando lembrar, a respeito, que ninguém sabe como,
quando e onde morreu Maria Quitéria de Jesus.
Não se conhece a data de fundação do pequenino templo, com a sua torre que é, na opinião de Godofredo ‘tudo que a Feira possui de interessante em arquitetura’, tendo sido ‘salva de maior profanação’ nas sucessivas remodelações porque passou a capela.
Não se conhece a data de fundação do pequenino templo, com a sua torre que é, na opinião de Godofredo ‘tudo que a Feira possui de interessante em arquitetura’, tendo sido ‘salva de maior profanação’ nas sucessivas remodelações porque passou a capela.
Diz-se
que da comissão que a construiu fez parte o velho boticário Gouveia; que a
louça da torre foi uma oferta do capitalista Joaquim Pedreira de Cerqueira; e
que um dos sinos viera do engenho ‘IIicuritiba’, doado pelo agricultor
português cel. Felipe Benício Teles Barreto. Nada, porém de certo e comprovado.
No dia 7 de novembro de 1859, pela manhã, o imperador d. Pedro II visitou a capela dos Remédios. Em 1864 era seu administrador Joaquim Pereira da Silva.
No dia 7 de novembro de 1859, pela manhã, o imperador d. Pedro II visitou a capela dos Remédios. Em 1864 era seu administrador Joaquim Pereira da Silva.
Este
foi, segundo alguns antigos moradores da cidade, o fundador e construtor da
capela, antes, muito antes de 1846,quando para esta vila se transferiu a sede
da freguesia, que era, até então, o arraial de São José das Itapororocas.
Outras
opiniões dão, porém, à capela dos Remédios origem mais remota. O certo é que já
em 1835 era ali que se reunia o ‘tribunal de julgação’.
Caboclo
alto, forte, já entrado em anos quando o conheceram velhos habitantes da
cidade, Joaquim Pereira da Silva, se não foi o fundador e construtor, foi
remodelador zeloso e devotado da capelinha.
Negociante
estabelecido em casa de molhados à Rua Direita do Comércio, tinha o apelido de
Joaquim Grande e do próprio estabelecimento, que era próximo, estava
constantemente a observar as obras que do seu próprio bolso fazia executar na
capela.
Da
torre se encarregou a princípio o pedreiro Pacheco e depois, vindo de
Cachoeira, Francisco, vulgo Chico. Ficou, depois, cognominado Chico da Torre.
Estes
informes devemo-los, principalmente, ao falecido Possidônio José da Silva
(Possidônio Cabano)
Em 1895 estava quase arruinado o templosinho dos Remédios. Foi restaurado e reentregue ao culto em 1900, quando se realizou, ali, uma das mais pomposas festas religiosas que a cidade tem assistido até hoje.
Em 1895 estava quase arruinado o templosinho dos Remédios. Foi restaurado e reentregue ao culto em 1900, quando se realizou, ali, uma das mais pomposas festas religiosas que a cidade tem assistido até hoje.
Em
1917 demoliu-se a fachada principal, erguendo-se nova frente, que obedeceu a
planta traçada pelo Sr. Miguel Araújo.
Volvidos três lustros, necessidade houve de
uma remodelação completa na capelinha. Dela se desobrigou uma comissão em que
foram figuras principais os srs. Heráclito Dias de Carvalho e Antônio Ferreira
da Silva. Reabriu-se, então, em outubro de 1936.
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