Situação
acontece há pelo menos 30 anos, diz prefeitura
Em
Ipiaú, cidade do Sul do estado e localizada a 365 quilômetros de Salvador, a
retirada de cascalho está degradando nascentes e rios, como o de Contas. O
material é usado para melhorar o tráfego em estradas vicinais, prejudicadas
pelas chuvas que sempre caem na região, devido à umidade da área de Mata
Atlântica.
O
problema ocorre na Fazenda do Povo, pertencente à Prefeitura local, e no imóvel
vizinho, a Fazenda Harmonia, de propriedade do gestor ambiental Marllus
Andrade, que acusa a administração de retirar cascalho da sua propriedade, o
que é negado pelo município.
A Prefeitura admite que por mais de 30 anos as gestões
anteriores retiraram, sem licença ambiental alguma, cascalho da área da Fazenda
do Povo, um assentamento rural de 190 hectares onde moram cerca de 800
famílias.
A
atividade exploratória continuou na gestão atual, iniciada em 2017, e segundo
Marllus Andrade, avançou para a propriedade dele, tendo a Prefeitura,
supostamente, retirado cascalho entre os meses de setembro e outubro do ano
passado.
Ele estima
que a Prefeitura tenha retirado 23.841 metros cúbicos de cascalho que valeriam
pouco mais de R$ 317 mil. As estimativas constam num relatório feito por ele
mesmo e que serão levados ao Inema e ao MP-BA.
Marllus se
queixa ainda de que durante a retirada do cascalho quatro nascentes que ele
preserva foram prejudicadas. As nascentes vão para o Rio Água Branca e depois
para o Rio das Contas. “Nunca vendi uma galeota de cascalho”, afirmou Marllus,
segundo o qual a atividade econômica da Fazenda Harmonia é cacauicultura.
A Prefeitura, por meio da Procuradora Geral Isabelle
Velúcia Dias de Araújo, nega a degradação às nascentes e diz que os dados
apresentados sobre a suposta retirada de cascalho são fantasiosos.
“Paramos
com a retirada de cascalho na Fazenda do Povo e demos entrada no Inema e no
DNPM para que possamos obter as devidas licenças de extração. Enquanto elas não
forem obtidas, não vamos retirar mais cascalho”, ela disse.
Fonte: Correio
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