O homem acusado de colocar 31 agulhas no enteado em Ibotirama, oeste da Bahia, foi condenado a 12
anos e seis meses de prisão por tentativa de homicídio triplamente qualificado,
que inclui motivo torpe, meio cruel e meio que torne impossível a defesa da
vítima. O crime foi cometido em 2009.
O júri popular começou
às 8h30 e terminou por volta das 23h50 desta quinta-feira (13). Segundo as
informações da assessoria do Fórum Professor Nestor Duarte, além do réu, oito
testemunhas foram ouvidas; sendo quatro de acusação, duas de defesa e duas do
juízo (selecionadas pelo juiz Pedro Henrique Izidro, que responde pelo caso).
Inicialmente, um total de nove pessoas seriam ouvidas, mas uma testemunha de
acusação foi dispensada pelo magistrado no decorrer da sessão.
Durante o julgamento, a acusação lembrou da comoção e da
repercussão internacional do caso e falou sobre a gravidade do crime,
principalmente por se tratar de uma criança. A defesa afirmou que o réu só
confessou o crime em 2009 porque foi obrigado pela polícia e também alegou que
Roberto Carlos tem problemas mentais. Depois de ouvir as testemunhas, a maioria
dos jurados decidiu pela condenação do acusado.
Condenado, Roberto Carlos Magalhães será transferido
para a comarca de Salvador, onde deverá cumprir a sentença. Dia e horário da
transferência não foram informados. Os quatro anos que ele já cumpriu em Bom
Jesus da Lapa ainda serão descontados da pena. Na época do crime, ele chegou a
afirmar que a ação foi realizada como parte de um ritual de magia negra, com
objetivo de se vingar da mãe da vítima.
O caso foi descoberto em dezembro de 2009, quando a
criança fez um exame de raio-x para descobrir a origem de dores misteriosas
pelo corpo.
O menino atualmente tem sete anos e
continua morando em Ibotirama com
a mãe e os irmãos. Ele ainda tem quatro agulhas no corpo, mas em locais que não
apresentam riscos à saúde.
Raio-X
As imagens da radiografia mostraram os objetos metálicos no tórax, no abdômen,
no pescoço e até nas pernas da criança.
O menino tinha dois anos e oito meses
quando foi alvo da ação. Ele foi socorrido para o Hospital de Barreiras e
transferido para o Hospital Ana Nery, em Salvador, onde foram retiradas 22 das
31 agulhas. Duas estavam no coração e mais duas no pulmão. A alta médica foi autorizada após mais
de um mês internado. Ao total, foram três cirurgias.
Roberto Carlos Magalhães chegou a fugir da prisão no fim
de 2010, mas foi recapturado dias
depois da ação na casa de parentes. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que
fez a denúncia do caso, ele disse que teve a ajuda de duas mulheres - uma delas
a suposta
amante -, que foram liberadas pela Justiça por falta de provas. A amante foi presa e beneficiada com a liberdade provisória.
Fonte: g 1
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