Portadores da Doença Falciforme [doença genética caracterizada
por uma alteração na hemoglobina e de maior incidência entre a população
negra], em Feira de Santana, especialmente crianças, estão sofrendo em razão do
descumprimento de um protocolo que lhes dá direito a atendimento prioritário,
nas unidades de saúde de urgência e emergência, tanto na rede estadual quanto
municipal. A reclamação é do vereadorJhonatas Monteiro (PSOL), que durante
pronunciamento na Câmara, cobrou a adoção de “alguma medida por parte das
autoridades do Município e do Estado”, afim de solucionar o problema.
Segundo o parlamentar, muitas crianças estão sendo prejudicadas
ao buscar atendimento em hospitais como Estadual da Criança (HEC), Geral
Clériston Andrade (HGCA) ou em UPAs e Policlínicas do Município. Ao chegarem
nas unidades, informa ele, atendentes sem a devida formação para reconhecer o
doente, minimizam a situação de dor dos pacientes e não lhes dão prioridade.
“Quem tem doença falciforme convive com dores crônicas, dentre outros sintomas.
Então é importante ter política pública, inclusive o tratamento devido, do
ponto de vista da urgência eemergência”, pontua.
Em Feira de Santana, afirma o vereador, apesar do grande número
de pessoas diagnosticadas, há uma espécie de “invisibilidade” delas no âmbito
do serviço público de saúde. A morte, recentemente, de um integrante da
diretoria da Associação Feirense de Pessoas com Doença Falciforme (AFADFAL),
entidade que luta em defesa dos direitos dos pacientes falciformes,
demonstraria isto. Este óbito, explica Jhonatas, foi mais um na trajetória de
vários outros, marcados pela deficiência do serviço de saúde no
Município. Criticando a dificuldade em discutir uma solução com a
secretária Municipal de Saúde, Jhonatas solicitou que o Lider do Governo no
Legislativo, José Carneiro (União Brasil), tente sensibilizar a dirigente e
demais gestores municipais quanto à causa deste grupo de feirenses.
“Já tentei em três oportunidades, marcar reuniões com a
secretária Cristiane, e nada ocorreu. Inclusive, continuo aguardando um contato
dela para tratar do descumprimento deste protocolo”, protesta. E os membros da
AFADFAL, lembra ele, tambérm esperam uma oportunidade para serem ouvidos pelas
autoridades em relação ao assunto. “Espero que ao morrer uma outra
pessoa, não se façam apenas lamentações, uma vez que enquanto poder público,
sabemos que isto pode ser evitado”, frisa o psolista, ressaltando a necessidade
de um cuidado especial às crianças.
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