segunda-feira, 25 de maio de 2015

Morre em hospital 9º detento ferido durante rebelião em Feira de Santana

Foi confirmada a morte do nono detento ferido durante a rebelião ocorrida no Conjunto Penal de Feira de Santana no domingo (24). Deoclécio Aureliano Santos havia sido transferido ainda na tarde de ontem ao Hospital Geral Clériston Andrade.
De acordo com o médico, José Carlos Pitangueira, a vítima chegou bastante ferida à unidade médica. Em estado grave, Deoclécio chegou a ser entubado. Por volta das 13h desta segunda-feira (25), ele foi submetido a cirurgia, mas não resistiu e morreu por volta das 14h45.
Além de Deoclécio Aureliano Santos, já foram identificadas outras quatro vítimas fatais da rebelião. De acordo com o superintendente de Gestão Prisional da Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap), coronel Paulo César, as vítimas são Jailson Lázaro Souza Ramos, Alisson Rodrigo Oliveira Bastos, Haroldo de Souza Brito e José Sila da Silva Ribeiro. 
Os corpos deles e das outras quatro vítimas mortas na unidade prisional foram removidas do local no início da tarde desta segunda-feira (25). Ainda de acordo com Paulo César, os outros mortos serão identificados após a conferência dos detentos pelos agentes. No Hospital Geral Clériston Andrade, ainda estão quatro feridos. 
A rebelião começou por volta das 15h de domingo (24), deixou nove pessoas mortas, quatro feridas, e teve fim na manhã desta segunda-feira (25), por volta das 9h50 da manhã. Ao todo foram feitos 49 reféns, sendo 41 mulheres, um homem e sete crianças. Dois presos foram decapitados durante o motim.
Investigações
A Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) irá acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos para investigar a rebelião que terminou com nove detentos mortos e quatro feridos no Presídio Regional de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador, na tarde de domingo (24).

De acordo com informações do advogado baiano Luiz Coutinho, vice-presidente da comissão nacional, a ideia é esclarecer se houve falha do governo em relação aos presos."Temos indicativo de superlotação do presídio, informações de que havia mistura de presos em regime provisório com os em definitivo e outras violações de regras mínimas do sistema penitenciário".

Ainda segundo Coutinho, cerca de 300 presos estavam no Pavilhão 10 no momento do motim; o espaço tem capacidade máxima de 150 internos. "A ideia é fazer com que sejam cumpridos os direitos mínimos, como a individualização da pena e fim da mistura dos presos", comentou.
A comissão também irá apurar com o governo e a administração do presídio por qual razão as armas utilizadas no confronto entraram na unidade. "Não temos juízo pré-concebido, temos o juízo da apuração", concluiu. 
Luiz Coutinho, que também é membro do Conselho Penitenciário da Bahia, informou ainda que na tarde desta terça-feira (26), a Comissão Nacional de Direitos Humanos irá fazer uma visita ao presídio.
Fonte: Correio 

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