Embora a seca esteja assolando a zona rural de Feira de Santana,
o poder público municipal não tem feito esforços para amenizar o sofrimento dos
agricultores familiares. Uma demonstração disto é que, até a presente data, O
Movimento de Organização Comunitária (MOC) está apelando, ao Poder Executivo
Municipal, que decrete situação de emergência em Feira de Santana. A reivindicação
foi feita hoje, na Triuna Livre da Câmara, pela presidente do órgão, Conceição
Borges. “Sem a edição deste documento, não podemos trazer políticas públicas
que poderiam auxiliar neste momento. Infelizmente, não observamos nenhum
movimento que garanta a esta população o mínimo para continuar vivendo no
campo”, criticou.
Conceição chamou a atenção das autoridades municipais para os prejuízos
que estão ocorrendo na produção. Por este motivo, entende, a questão “precisa
ser tratada para além da perda da safra”. Elaborar um plano de convivência com
o semiárido, potencializar quintais produtivos e investir em ações relacionadas
ao armazenamento de água, foram algumas das sugestões citadas pela dirigente.
Além dessas medidas, ela diz, a Prefeitura poderia firmar
parcerias com instituições como a Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) e
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), visando adotar ações
preventivas. “A gente precisa trazer para o debate questões como
reflorestamento, crise climática e reuso da água. A partir do momento que
trabalharmos com isto, saberemos conviver com a falta de chuvas e teremos
soluções para assuntos relacionados à geração de renda”, afirmou. Estas
discussões, ressaltou, não são pautadas dentro do Conselho de Desenvolvimento
Rural.
Também usando a palavra na Tribuna Livre, a presidente do
Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Feira, Adriana Lima,
informou que a entidade encaminhou ofício ao prefeito Colbert Filho cobrando o
decreto de situação de emergência. “A seca tem provocado muitos transtornos na
zona rural do Município. Há falta de água e alimento, o que tem gerado
desespero em muitas comunidades, onde sequer existe o necessário para consumo
humano”, explicou a sindicalista.
Segundo ela, a revogação do decreto anterior (nº 13.103/2023)
atendeu a um determinado momento, mas agora o cenário é outro. Ela vê a
necessidade de edição de novo documento declarando a emergência, diante do
período de estiagem atravessado pelo Município. Adriana informou que, além de
enviar ao prefeito, encaminhou cópias do ofício do sindicato ao Poder
Legislativo. Entre outras sugestões apresentadas, a construção de reservatórios
e aguadas, distribuição de cestas de alimentos e a criação de uma Mesa de
Negociação Permanente para discutir assuntos de interesses dos agricultores.
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