Após o discurso da advogada
animalista Carolina Busseni na tribuna livre nesta quinta-feira (17), o
vereador e presidente da Câmara Municipal, Fernando Torres (PSD), falou sobre o
assunto. Lembrou que Feira de Santana dispõe hoje de quase 3.000 carroceiros,
ou seja, 3.000 pais de família que dependem desse trabalho para sobreviver, e
que não tem instrução, dificultando a inserção deles no mercado de trabalho, no
caso de extinção do uso de carroças na cidade.
“O problema é que os gestores públicos nunca se preocuparam com isso. A advogada me mostrou alguns projetos que visam substituir o cavalo por motor e também para ver alguma forma de acabar com a carroça na cidade. Eu acho válido, acho a ideia boa, mas a minha preocupação é com o desemprego dos carroceiros. Têm alguns que não dispõem de formação alguma, não tem nível de ensino, são analfabetos. Mas concordo que Feira realmente é uma cidade que já não deveria mais ter carroças circulando em suas vias”, frisou.
Fernando disse que a Casa Legislativa é totalmente favorável à causa, mas há esse problema social na cidade. “A maioria deles é analfabeto, sem condições de tirar uma habilitação sequer; são totalmente desqualificados. É isso que me preocupa. É louvável essa preocupação do conselho, mas eu só voto em algum projeto para acabar com a carroça desde quando se coloque essas pessoas em algum lugar, trabalhando para sustentarem suas famílias”, pontuou.
Silvio Dias (PT) disse que acompanha o problema das carroças desde quando ainda trabalhava na Polícia Rodoviária Federal (PRF). “A gente via os cavalos que ficavam soltos às margens das rodovias; depois, na Ciretran, acompanhávamos a situação vinculada ao trânsito urbano. São dois olhares diferentes sobre o assunto. Precisamos realmente buscar uma saída. Muitas vezes têm animais doentes que continuam trabalhando porque os seus proprietários não têm os cuidados adequados. Concordo com o vereador Fernando Torres do ponto de vista social, o que faremos com essas famílias que trabalham com as carroças”, declarou.
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