Jogador do Cruzeiro que matou ciclista atropelado não tem CNH, diz delegado

O jogador do Cruzeiro que atropeladou dois  ciciclista e levou  um deles à morte na manhã do último sábado (7) não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), de acordo com informações do delegado João Uzzum, titular da 18ª Delegacia Territorial, em Camaçari, em entrevista ao Correio24horas nesta quarta-feira (12). "Consultamos o Infoseg e o Detran e tivemos o retorno que ele não possui licença para conduzir nenhum tipo de veículo", explicou o delegado.

Na  terça-feira (11), o delegado já havia informado que o atacante Anselmo Ramon estava sem habilitação no momento do acidente, mas só hoje ele confirmou que o atleta não tem licença para dirigir. O depoimento do atacante que  estava previsto para esta quarta-feira (12) ainda não foi prestado, e "nenhuma explicação foi dada sobre a ausência dele", acrescentou o delegado.

Já havia sido lavrada uma infração de natureza administrativa porque o jogador não havia apersentado o documento no momento do acidente, mas agora que foi confirmado que ele não possui a licença, "a pena dele deve ser agravada", conforme explicou o delegado.

O acidente
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o veículo conduzido pelo jogador, modelo Chrysler 300 C, se chocou contra uma árvore e seguiu em direção a dois ciclistas que estavam em uma via de ligação da BA-099, a Estrada do Coco.

Cícero Macedo, 43 anos, morreu na hora. Já Ednaldo de Souza, 48 anos, ficou ferido e foi socorrido para o Hospital Menandro de Farias, de onde já recebeu alta. O acidente aconteceu na manhã de sábado, entre as cidades de Camaçari e Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. O corpo da vítima fatal foi seputado em Pojuca.

Depoimentos
Cinco pessoas foram ouvidas pelo delegado nesta terça. O ciclista que também foi atropelado mas sobreviveu, Ednaldo de Souza, 48 anos, prestou depoimento e falou sobre os momentos antes e depois do acidente. Ele informou que voltava de uma pescaria com o amigo Cícero Macedo, depois de passar a noite em um sítio de um amigo, cada um em uma bicicleta. "Então eles pararam fora da pista,  na sombra de uma árvore, além do acostamento, para conversar um pouco e descansar. Segundo depois, foram tolhidos pelo carro", conta o delegado.

Ednaldo disse que estava de costas e não conseguiu precisar se o carro estaria em alta velocidade, mas disse que acredita que sim pela força do impacto, que o arremesou alguns metros adentro do mato, e pelo próprio estado em que o carro ficou. Cícero foi arremessado para o meio da pista e morreu antes de receber socorro. Com o impacto da batida, Ednaldo não conseguiu se levantar e pessoas que passaram depois chamaram o Samu, que o socorreu para o HGC. "A PRE chegou inclusive depois que ele tinha sido socorrido. Ele não viu os policiais e também não chegou a ver o jogador", diz.

Também foram ouvidas a esposa de Ednaldo, o amigo dono do sítio onde aconteceu a pescaria e a filha e uma irmã de Cícero. 

Fonte: Correio