Idosos que frequentam o Centro de Convivência Dona Zazinha Cerqueira, serviço oferecido pela Prefeitura de Feira de Santana, no bairro Muchila, estão sendo vítima de maus-tratos praticados por uma professora de dança da instituição. A denúncia foi feita na Tribuna Livre da Câmara, nesta terça-feira (17), por Ivone Santana, representante de idosos insatisfeitos com a conduta da profissional e que solicitam providência das autoridades. Com 60 anos e sendo uma das pessoas cadastradas nas oficinas oferecidas, ela relatou que xingamentos, constrangimentos e diversos outros atos desrespeitosos têm sido usuais por parte da profissional, que é apenas cuidadora de idosos, não tendo, portanto, formação específica na área de dança.
“Diz que eles têm mau cheiro, critica por não terem a bunda como
a dela e age de forma muito arrogante. Em dezembro passado, por exemplo,
durante apresentação no Mercado de Arte Popular (MAP), onde participaram
aproximadamente 80 idosos, a professora tratou uma senhora de tal modo que a
fez passar mal e ficar hospitalizada por 15 dias”, informou, explicando que a
motivação foi o fato de uma florzinha ter saído um pouco do cabelo da idosa,
enquanto dançava. No último dia 20, acrescentou Ivone, a professora se chateou
porque uma idosa estava vestindo short. “Disse que a pessoa era burra e não
sabia dançar, em meio a um samba de roda que ocorreu lá”.
Conforme também garantiu Ivone, a situação já foi comunicada a
diversos órgãos do Município, como a Secretaria de Desenvolvimento Social
(Sedeso) – pasta a que está vinculado o Centro Dona Zazinha, a Casa de
Conselhos e ao Ministério Público (MP-Bahia). No entanto, desde janeiro o
problema vem se arrastando, sem solução. “No Conselho, a presidente até está
ouvindo os idosos, mas, mesmo assim, a professora continua destratando os
(idosos) que ela não gosta”, afirmou.
A idosa pediu apoio do Poder Legislativo, durante seu
pronunciamento na Tribuna Livre, a fim de garantir o direito das pessoas de
terceira idade. “O Zazinha deveria ser um lugar para nos receber, nos acolher e
fazer nos sentirmos bem”, lamentou.
Perplexa com o relato da idosa na Tribuna Livre, a presidente da
Casa da Cidadania, vereadora Eremita Mota (PP), classificou como “absurda a
existência de tais fatos no serviço público, em pleno século XXI”. “Repudiamos.
Agora, por trás disto, tem uma grande incapacidade gerencial por parte da
Prefeitura. Porque não é possível que não se tenha tomado providências ainda
contra isto”, protestou.
Para Gerusa Sampaio (UB), é importante saber que as situações
descritas são de conhecimento de instituições como o MP e órgãos municipais.
“Pelo que ouvimos, todas as medidas que poderiam ser feitas, foram
providenciadas”, disse.
Também, dizendo-se assustado com o que ouviu na Tribuna Livre, Jhonatas
Monteiro (PSOL) apontou a existência de “grande contradição” na prática de
maus-tratos, justamente em um Centro de Convivência onde se deveria “zelar”
pelo idoso. No mínimo, entende o parlamentar, o Município deveria estabelecer o
afastamento da funcionária, mesmo antes de pronunciamento do MP, a fim de
apurar o que está ocorrendo.
“Não pode, uma denúncia desta natureza, ficar sem providências
por tanto tempo. É importante agir o mais rápido possível”, cobrou, alertando
que a demora pode levar a uma série de outros adoecimentos das pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário