A 2ª Promotoria de Justiça do Ministério Público em Feira de Santana iniciou uma investigação sobre a situação das escolas em Feira de Santana, após pedido protocolado pela APLB, sindicato que representa os professores, no município.
De
acordo com o promotor Audo Rodrigues, o processo de investigação visa coletar
informações sobre a denúncia de falta de professores nas unidades, distribuição
da merenda escolar e estrutura das escolas da rede municipal.
“Nós
estivemos em contato com a Secretaria de Educação, tivemos uma audiência no MP,
e tratamos dessas quatro escolas iniciais. Mas a demanda não pode simplesmente
ser por amostragem. Na semana passada, disparamos um questionário para todos os
diretores de escolas municipais, que têm um prazo para responder, e assim nós
tenhamos um diagnóstico fechado e completo do que está acontecendo. É muito
estranho que encerramos 2019 com todas as escolas tendo dias de aula normal e
chegamos em 2022, após dois anos de pandemia, praticamente sem aulas, com
escolas tendo essa situação”, argumentou.
“E
Reda foi objetivo, inclusive, de investigação dentro do MP, porém isso aí nos
causou estranheza. Inicialmente, a resposta do município é que os professores
do Reda, logo na primeira chamada, quase que 70% não apresentaram os documentos
e não se interessaram na contratação. E segundo foi relatado, em algumas
escolas, por conta da readequação da compensação da carga horária dos
professores, alguns profissionais não estariam cumprindo ainda uma determinada
carga horária que seria de obrigação ficar no prédio da unidade escolar. Nosso
papel é investigar a fundo essa situação que está acontecendo, com esse
diagnóstico completo, com a urgência que o caso reclama. Nesta investigação,
não foi tratado sobre as condições de trabalho, mas sim falta de professores,
merenda e escolas que estariam numa situação precária, quanto ao espaço físico.
Neste aspecto, o município encaminhou toda uma planilha individualizada de
todas as obras, inclusive com percentual de conclusão em cada unidade escolar.”
O
promotor ponderou, no entanto, que a resposta a essa investigação não será
rápida, uma vez que o tema é complexo.
“Por
mais que tenhamos essa urgência necessária nessa apuração, o fechamento desta
investigação, o sentar com o município, ou até mesmo qualquer ação judicial que
necessite ser proposta, ela não tem uma coisa pronta, porque o caso não é tão
simples assim. O município alega que teve um acréscimo considerável de alunos
de 2019 para 2022. Essa é a alegação do município, que foi pego de surpresa
nesse período de dois anos que ficou sem aula e que na forma virtual isso não
se verificava. Mas eu discordo, porque há necessidade de um planejamento
prévio, organização, prevendo essa situação que pudesse acontecer.”
Quanto
ao pagamento das horas extras em folhas separadas, Audo Rodrigues esclareceu
que isso não compete à 2ª Promotoria de Justiça. Está a cargo da 21ª Promotoria
de Justiça, que é a promotoria de patrimônio público e moralidade
administrativa.
Ele
ressaltou que, no questionário enviado aos diretores, o MP está pedindo o
gráfico de todos os professores existentes na unidade, se faltam professores,
se está tendo aulas todos os dias e se não está o porquê. “Preciso que eles me
encaminhem se tem merendeira na unidade, qual o nome da profissional, e que se
o professor é de 20 ou 40 horas e se está cumprindo a carga horária que demanda
daquela situação. São questões simples, dados objetivos, que podem ser logo
encaminhados pela direção para a gente fechar um panorama da situação, e aí a
gente parte para sentar com o município.”
Fonte: Acorda Cidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário