quarta-feira, 21 de setembro de 2022

UNIFAN expulsa aluna após publicação racista

 

O Centro Universitário Nobre (UNIFAN), unidade de Feira de Santana, anunciou na terça-feira, 20, a expulsão da estudante do sétimo semestre do curso de Direito, Beatriz Lobo, acusada de ter feito comentários de cunho racista em uma rede social.

O caso aconteceu na noite do último dia 14 de setembro, quando a aluna, em um ato de manifestação política, tentou criticar o candidato Lula por ter criado programas sociais voltados para a educação, menosprezando os estudantes que entraram na graduação superior por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): "Odeio Lula pq ele inventou o Fies e colocou um monte de desgraça na minha faculdade".

Outra pessoa respondeu com risos: "kkkkkkkk um monte * ** e a aluna completou com "pobre ou preto?"

O caso aconteceu na noite do último dia 14 de setembro, quando a aluna, em um ato de manifestação política, tentou criticar o candidato Lula por ter criado programas sociais voltados para a educação, menosprezando os estudantes que entraram na graduação superior por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): "Odeio Lula pq ele inventou o Fies e colocou um monte de desgraça na minha faculdade".

Outra pessoa respondeu com risos: "kkkkkkkk um monte * ** e a aluna completou com "pobre ou preto?"

No dia 06 de setembro a mesma aluna já havia feito outro comentário de cunho racista, escrevendo "odeio gnt **a". Após as manifestações e as postagens circularem, os alunos da Faculdade realizaram protestos e manifestações. Uma estudante chegou a ir para as aulas utilizando um cartaz nas costas com a frase "Prazer, 'D13sgraça' que Lula colocou aqui!".

Em nota, a comissão de Igualdade Racial da OAB/BA Subseção Feira de Santana manifestou repúdio com o caso:

Em relação aos atos de racismo e preconceito de classe socioeconômica protagonizados por alunos de uma instituição privada de ensino superior da cidade de Feira de Santana, e que veio a público no dia de hoje, 20 de setembro de 2022. Conforme prints que circulam em grupos de whatsapp e veículos de imprensa, alunos criticam políticas afirmativas e de democratização de acesso ao ensino superior por possibilitar a inserção de pessoas pretas e pobres. 

 

No ano em que a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012) completa 10 anos, é triste e repugnante nos depararmos com atitudes como essa. Cumpre lembrar que as políticas afirmativas de acesso à educação superior (Lei de Cotas, Prouni e Fies) são um importante instrumento de reparação da desigualdade que nasceu com a colonização do Brasil. A estrutura econômica da sociedade brasileira é racialmente construída, e o acesso à educação superior é uma das formas de transformar essa estrutura.

 

Lembramos ainda que racismo é crime previsto na Lei n° 7.716/89, punível com reclusão de um a três anos e multa. É um crime sério e violento que pode levar a outros crimes, como agressão física e homicídio, e políticas eugenistas que nos matam todos os dias. Reforçamos, por fim, a importância da adoção de práticas antirracistas por parte de todas as instituições da sociedade, principalmente as entidades de ensino.

 

Fonte: A Tarde

 

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