Feirense de origem e de coração, filho do dentista Isaack
Barreiro Machado e da professora Anita Vitória Barreiro, Franklin Machado, se
já não fez tudo na vida, já fez um bocado! Um bocado mesmo. Andou no teatro
escrevendo e dirigindo peças, além de subir ao palco como ator e produzir
músicas temáticas. Foi jornalista do Diário de Notícias, serviu ao Exército e
foi protagonista de um casamento de ritual incomum, que atraiu atenções – antes
de abdicar de tudo e resolver escrever e vender livros de cordel nas feiras e
nas ruas da Grande São Paulo, absolutamente despido de vaidade, mas orgulhoso
de levar ao povo essa arte que muitos admiram, mas poucos conseguem fazer.
Mas não ficou só nisso. É autor de belos poemas e crônicas, além
de alguns livros, dentre os quais "O Que é a Literatura de Cordel",
que garante ao leitor uma visão perfeita sobre esse estilo poético. Com seu
“rojão” nordestino, que não se assombra com desafios, já trocou as ruas pelas
salas de universidades e vice-versa, para mostrar sua rima afiada falando do
cangaço, de Lucas da Feira, do futebol, da política, do lobisomem. Aliás, de
tudo, e um pouquinho mais. E assim já transitou pela Europa, guarnecido pelas
asas da literatura de cordel, fazendo sucesso entre nossos irmãos lusos em
Portugal.
Homem “dos sete instrumentos”, como se diz popularmente, MaXado
teve participação marcante no Festival de Música que era promovido anualmente
pela Prefeitura e, em um deles, para enfatizar mais o que interpretava,
apresentou-se despido em público. Em Salvador, no Concurso de Poesia Falada na
Câmara de Vereadores, arrancou aplausos pela sua qualidade de declamador, mas
trajando apenas uma minúscula sunga! Autor de centenas de livros de cordel,
Franklin também é competente na xilogravura, uma arte que está intimamente
ligada à poesia popular, com seus contornos e recortes internos rústicos e
expressivos, geralmente ilustrando a capa dos livros de cordel.
Inteligente, contestador sem rodeios e defensor intransigente da
literatura de cordel, em 1980 ele pediu ao feirense Eduardo Portela, então
Ministro da Educação, o reconhecimento da literatura de cordel como Patrimônio
Cultural e Imaterial do Brasil, o que veio a acontecer posteriormente. Em outra
oportunidade, ao lado do intelectual português Antônio Abreu Freire, Franklin
pediu para a UNESCO declarar a literatura de cordel Patrimônio Imaterial da
Humanidade.
No livro "Palavras à Toa", com prosa e poesia, é
notável o poema “O Jacuípe da Minha Infância”, uma verdadeira viagem ao
passado, que não é apenas dele, pelo encanto especial que proporciona a quem
lê. Todavia, uma das mais interessantes e curiosas ideias do feirense Franklin
Machado foi sugerir mudanças na Bandeira Nacional, a partir da inclusão da cor
vermelha “para ser coerente com a tradição das bandeiras anteriores e por
vários outros argumentos”. Ele relaciona 10 itens, ou argumentos, a partir do
que: “O nome Brasil vem do pau de onde se tira uma tinta rubra, muito usada
pelos franceses antes da colonização oficial do território pelos lusitanos”.
Nos demais itens, ele continua citando o vermelho como necessário, até mesmo
para representar no Pavilhão os indígenas, primeiros habitantes do Brasil,
designados como “raça vermelha”.
Fonte: SECOM
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