sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Feira 190 anos: lenda ou realidade, histórias povoam a memória do feirense

 

Algo inusitado ou exótico? Tem em Feira de Santana! A  fama "corre o mundo", especialmente, pelo fato de ser uma cidade onde tudo se faz, tudo se encontra.  Exageros à parte,  algumas coisas, de fato, chamam atenção na Metrópole do Sertão, não há como negar. A tradição passa por lendas rurais, como "a pedra que fala", queda de disco voador em uma lagoa,  buraco por onde os escravos fugiam (para onde, ninguém sabe), até nomes de ruas que homenageiam novelas da TV e bairros com nomes mais que curiosos.

Quem, nesta cidade de tantas histórias - e estórias - nunca ouviu falar do Bicho do Tomba, uma "entidade" maléfica, sem forma definida, que teria atacado moradores e animais? Por muito tempo, foi algo que povoou o imaginário dos feirenses, provocando medo. Por mais inverossímil que seja, citações sobre o tal bicho se reproduziram ao longo do tempo e ainda hoje, volta e meia, alguém cita a sua passagem pelo local que atualmente é o bairro Tomba.

E não tão antigo quanto, mas igualmente curioso, foi o caso do disco voador que teria caído na Lagoa de Berreca, distrito de Jaíba, exatamente no dia 12 de janeiro de 1995. Definido como um objeto metálico que emitia luzes verde e vermelha, o OVNI transportava um ser peludo, semelhante a um bicho preguiça e outro que lembrava uma criança, mas com feições não humanas. Entre o mito e a realidade, conta-se que um fazendeiro teria levado os seres para a sua casa.

Outros distritos também têm registros de curiosidades. Em Tiquaruçu, por exemplo, há o Buraco do Joaquim, que virou atração turística. Da época dos quilombos, o lugar servia de esconderijo para escravos fugitivos.  Já em Matinha, ainda existe a Pedra do Judeu, com uma fenda de grande dimensão, onde eram jogados corpos de pessoas mortas. Muitos  juram "de pés juntos" que a pedra falava e quanto mais tempo passa, ela aumenta de tamanho.

Mas nem só de lendas e casos são feitas as curiosidades em Feira de Santana. A prova disso são os históricos dos bairros e ruas da cidade. A começar pelo Gabriela, nome inspirado na personagem emblemática da obra homônima do escritor baiano Jorge Amado. A propósito, esse mesmo bairro carrega outro fato curioso: várias ruas são identificadas por nomes de novelas, como Irmãos Coragem, O Bem Amado e Uma Rosa com Amor, dentre outras.

Ainda sobre a denominação de logradouros, o bairro Cidade Nova, o primeiro conjunto habitacional construído pela URBIS, antiga empresa do Governo do Estado, tem as ruas denominadas pelo nome de jogadores da Seleção Brasileira campeões da Copa de 1970: Pelé (a principal, por razões óbvias), Jairzinho, Rivelino, Tostão, Carlos Alberto, Brito, Clodoaldo, Gerson.   Já o bairro Muchila aposta na tradição indígena para identificar suas ruas: Itainópolis, Itacambira e Itacarambi são algumas delas.

Além da denominação das ruas, muitos bairros de Feira de Santana têm histórias bem interessantes da origem de seus nomes. O Muchila é assim chamado  por conta de um episódio com os portugueses, que teriam enterrado mochilas de ouro no lugar, lá pelos idos de 1700, quando fugiam dos holandeses. O Sobradinho denomina a localidade onde existia um sobrado pequeno e mal assombrado, antes ocupado por padres jesuítas. E a Rua Nova, a morada de Dona Pomba, que se tornou um bairro popular, marcado por manifestações culturais, que deu origem a vários artistas feirenses.

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