Em cinco meses de
governo, o presidente Jair Bolsonaro editou três decretos para flexibilizar a
posse e o porte de armas no Brasil, uma de suas principais promessas de
campanha. Uma pesquisa do Ibope mostra, porém, que o Palácio do Planalto não
goza do apoio da maioria da população no decreto das armas: 61% dos entrevistas
são contra afrouxar as regras de posse e 73%, as de porte de armas. A rejeição
é maior em áreas da periferia do país e entre mulheres.
De acordo com o
levantamento, apenas 37% dos entrevistados se disseram favoráveis à
flexibilização da posse de arma de fogo. O afrouxamento das regras só é
apoiado, em maioria, no estrato dos que ganham mais de cinco salários-mínimos
(53%). Na região Sul, a mais aderente ao decreto das armas , há empate técnico
(48% a favor e 51%, contra). Enquanto isso, sete em cada dez pessoas ouvidas
nas periferias brasileiras discordaram da flexibilização.
A rejeição ao porte
de armas — condição em que o dono da arma é autorizado a carregá-la consigo nas
ruas — é ainda maior. Apenas 26% são a favor, e oito em cada dez mulheres
discorda da medida. Na perifeira, 75% condenam flexibilizar as regras. No
Sudeste, 76% dos entrevistados são contrários à liberação do porte.
A pesquisa do Ibope
aponta que a maioria da população brasileira discorda totalmente que aumentar o
número de pessoas armadas torne a sociedade mais segura (51%) — 16% concordam
totalmente e 15%, em parte. Apenas 31% têm total convicção de que ter uma arma
em casa a torne mais segura e 18%, de que carregar um armamento traz mais
segurança ao portador. Neste último caso, 47% discordam completamente.
De acordo com o
Ibope, metade dos entrevistados homens se disse favorável à flexibilização da
posse de armas e 49% se declararam contrários à medida. Entre as mulheres,
porém, a rejeição sobe para 71% (27% apoiam). A rejeição parte de pessoas de
todas as idades, mas tende a ser maior entre os mais velhos. Nos estratos de 45
a 54 anos e de 55 anos ou mais, 63% discordam da flexibilização, enquanto nos
de 16 a 24 anos há 40% de apoio à proposta do governo.
A rejeição tende a
ser maior também entre os entrevistados de menor escolaridade, embora não haja
grande dispersão. Há 32% de apoio e 65% de rejeição ao afrouxamento da posse
entre os que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental. No ensino médio, é
41% a 59% e no superior, 38% a 59%.
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