Em assembleia realizada nesta
segunda-feira (3), após intensa discussão para decidir sobre os rumos do
movimento, os professores da Uefs decidiram pela continuidade da greve. Além
disso, a categoria aprovou a contraproposta indicada pelo Fórum das ADs. O
movimento paredista já dura mais de 50 dias.
Falas favoráveis e contrárias à
greve foram ouvidas. Entre os contrários à continuidade, um dos discursos foi o
de que há a necessidade de recuar para conseguir uma negociação produtiva com o
Governo que, até então, se mostrou inflexível nas tentativas de diálogo com os
docentes. Já os favoráveis, defenderam que as declarações feitas pelo
governador Rui Costa apontam para um total desconforto com a mobilização que
vem ocorrendo em todo o Estado, inclusive, pelas vozes da população em geral,
que tem se informado pelo movimento das formas perversas como o Governo vem
tratando as universidades estaduais. Também foi ressaltado que as conquistas da
categoria são resultado da histórica luta em defesa das universidades.
Desta forma, não apenas a
imagem do governador estaria sendo desgastada junto à população, mas também, a
do político junto ao seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT). Durante as
manifestações ocorridas em Feira de Santana, em defesa da Educação e contra a
Reforma da Previdência, foi evidente o desgaste de Rui Costa diante da sua
base, quando falas de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
por exemplo, deixaram nítido o desconforto da central com as atitudes do governo
que vem se alinhando mais com as políticas da extrema-direita do que com a sua
base histórica de lutas sociais.
Diante deste quadro,
as Associações Docentes têm intensificado as mobilizações, inclusive, com a
inserção da campanha de mídia em Brasília através da
colocação de frontlights com denúncias sobre os ataques de Rui Costa às
universidades estaduais e à carreira docente.
Contraproposta
A contraproposta indicada pelo Fórum das ADs também foi aprovada nas
assembleias realizadas nesta segunda-feira (3) pelos docentes da Uesb e da
Uesc. Os professores da Uneb apreciarão a pauta nesta terça (4).
O objetivo das diretorias das
associações docentes é protocolar a contraproposta na terça-feira (4) no
gabinete do governador e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da
Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin), além do gabinete da
presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA),
Fabíola Mansur, e do líder da Maioria, Rosemberg Pinto. O Fórum irá reivindicar
uma reunião de negociação urgente para debater o documento.
Ainda nesta terça (4),
juntamente com a entrega da contraproposta, os professores farão um ato público
e uma plenária. A mobilização ocorrerá às 14h, em frente à SEC, em Salvador. O
objetivo é discutir estratégias para a preservação da autonomia universitária.
Esta mobilização é mais uma atividade planejada pelo Fórum das ADs.
Moção
Os professores da Uefs também aprovaram a elaboração de uma moção em apoio ao
professor Wanderlan Porto, lotado no Instituto Federal de Alagoas (Ifal). O
docente sofreu um ataque à liberdade de cátedra por parte de um aluno do campus
Maceió.
Ainda na assembleia, os
professores da Uefs aprovaram a construção da Greve Geral que está sendo
organizada para o dia 14 de junho pelas centrais sindicais do país. A pauta
central será a defesa do direito de aposentadoria e o repúdio à Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 6/19, que trata da Reforma da
Previdência.
FONTE: ADUFS
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