O Núcleo de Estudos para a Promoção da Igualdade Racial (Nepir) realizou
nesta terça-feira, 5, na Sala de Imprensa Arnold Silva, do Centro de
Atendimento ao Feirense (Ceaf), a terceira aula do segundo semestre com a
presença de um representante dos povos indígenas na Bahia.
Marco Elder Vieira de Carvalho, Pós Graduando em “Gestão de políticas
Públicas de Gênero e Raça”, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ou
simplesmente Hyani Tyera, índio da etnia Tupinambá, antiga aldeia do Divino
Espírito Santo do Ipitanga do município de Camaçari, ministrou a aula mostrando
como fazer a ação prática das políticas de igualdade racial.
"Tem se falado muito em igualdade, mas na hora de praticá-la se
observa um avanço muito pequeno”, ressaltou ele, lembrando para uma platéia
formada em parte por pessoas que ocupam ou vão ocupar cargos em órgãos
públicos, a importância de despertar a atenção de todos para o momento
histórico que vivemos.
Na opinião de Elder Vieira, que também é jornalista e presidente da
Fraternidade dos Povos Indígenas Integrados do Brasil (FIBRAS), “o resgate da
identidade indígena, em meio a outras minorias vítimas de preconceito e
discriminação, é uma forma de contribuir para a igualdade racial”.
Numa aula dinâmica, alternando os comentários com músicas baseadas nos
temas abordados, Hyani Tyera chamou a atenção para o fato de que entre negros e
brancos, vários outros povos como o próprio índio, além dos ciganos e
comunidades judaicas, precisam dizer: “existimos, estamos aqui e precisamos ser
bem representados para sermos ouvidos”.
O Tupinambá lembrou que a constituição de 1988 deu um prazo de cinco
anos para a demarcação de todos os territórios indígenas. “Já estamos em 2014 e
essa ainda é uma questão não resolvida”. No momento, o assunto, segundo ele,
nem consta da pauta do Congresso Nacional.
Tudo isso para mostrar e ilustrar o descompasso existente entre o
discurso e a prática em relação a igualdade racial no Brasil.
NEPIR
O Núcleo de Estudos para a Promoção da Igualdade Social é uma iniciativa
do Conselho Municipal de Comunidades Negras e Indígenas de Feira de Santana,
órgão vinculado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso).
Fonte: Secom/Foto/Washington Nery
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