quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Igualdade racial tem avançado muito pouco na prática, diz indígena

O Núcleo de Estudos para a Promoção da Igualdade Racial (Nepir) realizou nesta terça-feira, 5, na Sala de Imprensa Arnold Silva, do Centro de Atendimento ao Feirense (Ceaf), a terceira aula do segundo semestre com a presença de um representante dos povos indígenas na Bahia.
        

Marco Elder Vieira de Carvalho, Pós Graduando em “Gestão de políticas Públicas de Gênero e Raça”, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ou simplesmente Hyani Tyera, índio da etnia Tupinambá, antiga aldeia do Divino Espírito Santo do Ipitanga do município de Camaçari, ministrou a aula mostrando como fazer a ação prática das políticas de igualdade racial.
        
"Tem se falado muito em igualdade, mas na hora de praticá-la se observa um avanço muito pequeno”, ressaltou ele, lembrando para uma platéia formada em parte por pessoas que ocupam ou vão ocupar cargos em órgãos  públicos, a importância de despertar a atenção de todos para o momento histórico que vivemos.
       
Na opinião de Elder Vieira, que também é jornalista e presidente da Fraternidade dos Povos Indígenas Integrados do Brasil (FIBRAS), “o resgate da identidade indígena, em meio a outras minorias vítimas de preconceito e discriminação, é uma forma de contribuir para a igualdade racial”.
     
Numa aula dinâmica, alternando os comentários com músicas baseadas nos temas abordados, Hyani Tyera chamou a atenção para o fato de que entre negros e brancos, vários outros povos como o próprio índio, além dos ciganos e comunidades judaicas, precisam dizer: “existimos, estamos aqui e precisamos ser bem representados para sermos ouvidos”.
     
O Tupinambá lembrou que a constituição de 1988 deu um prazo de cinco anos para a demarcação de todos os territórios indígenas. “Já estamos em 2014 e essa ainda é uma questão não resolvida”. No momento, o assunto, segundo ele, nem consta da pauta do Congresso Nacional.
        
Tudo isso para mostrar e ilustrar o descompasso existente entre o discurso e a prática em relação a igualdade racial no Brasil.
       
NEPIR
   
O Núcleo de Estudos para a Promoção da Igualdade Social é uma iniciativa do Conselho Municipal de Comunidades Negras e Indígenas de Feira de Santana, órgão vinculado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso).


Fonte: Secom/Foto/Washington Nery

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