quinta-feira, 26 de abril de 2018

Adolescente é torturado e se finge de morto para sobreviver na Bahia


Um adolescente de 17 anos saiu da casa onde morava de bicicleta, em Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa, no Extremo Sul baiano, disposto a comprar por R$ 700 um revólver calibre 38, das mãos de Clériston Melo, 20. Porém, no local, as coisas não saíram como planejado, o rapaz acabou torturado com golpes de martelo na garganta e na cabeça por três outros jovens.
Para escapar, a vítima precisou fingir a própria morte. Clériston e Fábio Ferreira de Souza, 19, foram presos apenas nesta quarta-feira (25). Um adolescente também envolvido no ataque foi apreendido.
A vítima, segundo o delegado de Nova Viçosa, Marco Antônio Neves, foi surpreendida pouco depois de chegar ao ponto de encontro, uma região afastada do distrito. Ansioso para receber a arma, o rapaz exigia do trio o revólver. O delegado contou ao CORREIO que, em depoimento colhido com a vítima e os criminosos, Clériston disse: “Vamos fumar primeiro um baseado”. Enquanto isso, Fábio, que estava escondido no matagal ao lado, saiu do esconderijo e começou os ataques.
O grupo, após as agressões, acreditava que a vítima estava morta. Saiu, então, à procura de combustível para atear fogo no corpo. Mas o jovem, na verdade, simulou a própria morte e, ao perceber o afastamento dos três, se arrastou para a casa mais próxima.
O casal que morava na residência acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De lá, a vítima foi encaminhada para o Hospital de Teixeira de Freitas, onde permanecer internada para tratar das sequelas. 
Clériston e Fábio foram presos e confessarem o crime (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
A polícia encontrou Clériston e o irmão na casa onde moravam, e Fábio no trabalho da mãe. Nenhum deles resistiram à prisão e o adolescente foi encaminhado ao Ministério Público (MP-BA). Pelo contrário, assumiram o crime e justificaram a ação.
“Clériston disse, em depoimento, que fizeram aquilo para o jovem deixar de ser ‘besta”, afirmou. 

A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio, já que, além da tortura, o grupo roubou o celular, a bicicleta e o dinheiro da vítima. Em depoimento, a vítima, que não tem passagem pela polícia, afirmou que conseguiu o dinheiro da arma com a venda de um celular que havia ganhado dos pais meses antes.
O revólver seria usado, provavelmente, contra um rapaz que o ameaçava. “Segundo ele, era uma briga por causa de namoro”, conta o delegado.



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