Testemunhas e músicos da New Hit serão ouvidos sobre estupros na BA
Integrantes
da banda de pagode New Hit, acusados de estupro
contra duas fãs adolescentes no dia 26 de agosto de 2012, na cidade de
Ruy Barbosa, na Bahia, serão ouvidos em audiências de instrução entre a segunda
(18) e quarta-feira (20).
"Vão ser ouvidas das testemunhas arroladas pela acusação e
as testemunhas arroladas pela defesa que moram em Ruy Barbosa.
As que não moram vão ser ouvidas por carta precatória. Assim que terminar o depoimento da defesa, os integrantes vão ser ouvidos. Isso pode acontecer na segunda, terça ou quarta-feira", explica Antônio Leite Matos, advogado do vocalista do grupo. A audiência vai acontecer na comarca de Ruy Barbosa.
Somente
após o debate oral ou a apresentação por escrito do MP e da defesa que o juiz
responsável pelo caso poderá proferir a sentença. "Não vai haver júri
popular porque não se trata de um crime doloso contra a vida, como é no caso de
homicídio, infanticídio ou aborto, por exemplo", acrescenta a promotora
Marisa Jansen, responsável pelo caso.
Primeiro show
Os integrantes da banda fizeram no dia 30 de dezembro de 2012,
em Feira de Santana, a 107 Km de Salvador,a primeira apresentação após serem presos. No dia 5 de
outubro, a participação da banda New Hit no
Festival de Pagode, na capital baiana, foi cancelado pela Salvador Produções.
Na ocasião, a empresa alegou que os integrantes da New Hit não tinham condições
psicológicas para realizar a apresentação.
Caso
Nove integrantes da banda New Hit ficaram presos 38 dias e foram soltos no dia 3 de outubro
mediante um pedido de habeas corpus. Junto com os integrantes da banda, um
policial militar que fazia a segurança do grupo é suspeito de ter sido
conivente com o crime. Todos eles, inclusive o PM, foram indiciados por estupro e formação de
quadrilha no dia 25 de setembro.
O
documento, que tem 23 páginas, foi protocolado pelo delegado Marcelo
Cavalcanti, titular da Delegacia de Ruy
Barbosa, na Vara Criminal, no dia 24 de setembro. Perguntado sobre a versão deles sobre as acusações, o vocalista
da banda Eduardo Martins disse na época: "Não podemos falar sobre os fatos
por segurança dos nossos advogados e não podemos entrar em detalhe sobre os
fatos, mas a Justiça vai fazer justiça, e com fé em Deus todas as provas vão
aparecer e as coisas vão ser bem encaminhadas", explicou o músico.
A festa aconteceu no município de Ruy Barbosa, enquanto o grupo
tocava em um trio elétrico, na micareta da cidade. De acordo com a versão das
meninas que acusam os integrantes, elas foram recebidas no ônibus do grupo para
poder tirar fotos, quando o crime teria acontecido. Eles disseram que não
têm costume de receber fãs no ônibus da produção.
Secretária lamenta
Em documento divulgado no dia 3 de outubro, a secretária
estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, lamentou a soltura dos
suspeitos. No documento, ela diz que “o caso merece atenção especial, uma vez
que o ato possui características de crime hediondo, com participação de mais de
um autor, contra vítimas que não puderam e nem conseguiriam esboçar qualquer
reação de defesa”.
Ainda no documento, ela falou da importância dos responsáveis
serem julgados para que o caso não fique impune. “Acreditamos que a Justiça
dará os encaminhamentos necessários para a responsabilização dos acusados. O
importante é não deixar este episódio impune. É preciso que o caso sirva de
exemplo para a sociedade, evitando a possível sensação de impunidade. Esta é
uma oportunidade de reafirmar que as mulheres baianas têm direito a uma vida
sem violência”, pontuou.
Habeas corpus
Os nove integrantes da banda de pagode New Hit e o policial
militar que fazia a segurança do grupo tiveram o primeiro pedido de habeas corpus deferido pela
Justiça na manhã do dia 2 de outubro. O pedido foi julgado na 2ª turma da 1ª
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), pelo desembargador
Lourival Almeida Trindade, relator da sessão.
Investigações
De
acordo com o delegado Marcelo Cavalcanti, o laudo fornecido pelo Departamento
de Polícia Técnica (DPT), de Feira de Santana apontou que foi encontrada uma quantidade de sêmen nas
roupas das meninas e de um dos músicos. Segundo a polícia,
o resultado foi considerado prova material e influenciou no indiciamento dos
suspeitos.
A polícia indicou ainda que o volume de sêmen localizado é
"bastante" superior à quantidade de "uma, duas ou três pessoas".
Por isso, foi solicitada a realização de exames
de DNA para identificar a quem pertence o sêmen localizado pela perícia.
Agressão
Segundo relato das
vítimas, elas foram até o trio da banda para pedir autógrafos e tirar
fotos com os artistas. Um produtor do grupo teria orientado as garotas a ir
para o ônibus da banda, onde denunciaram ter ocorrido a violência sexual.
Segundo a polícia, dois integrantes admitiram que fizeram sexo com as
adolescentes, porém com consentimento. Os outros negaram que tiveram relação
sexual com as garotas.
Fonte:
G 1
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