Com 60
anos de atividades completos em julho deste ano, o Hospital Psiquiátrico Lopes
Rodrigues praticamente deixou de ser local de internamento e até mesmo moradia
para pacientes de saúde mental. De acordo com informações da diretora da
unidade, Iracy Leite, ao discursar em sessão especial realizada pela Câmara de
Feira de Santana nesta segunda (10), Dia Mundial da Saúde Mental, o HLR passa pela
execução de um "plano de desinstitucionalização", modificando
radicalmente o seu perfil assistencial. As estatísticas indicam que dos 149
"moradores" que deixaram o Lopes Rodrigues mais recentemente 111
migraram para residências terapêuticas, enquanto outras 30 foram acolhidas
por suas famílias.
O encontro na Casa da Cidadania foi uma iniciativa do vereador Sílvio Dias (PT), que presidiu os trabalhos. Integraram a Mesa, alem de Iracy, o deputado federal Zé Neto, A presidente da APAE, Edna Maria Amorim, e sua colega diretora da entidade, Mary Portugal; a enfermeira Denise Rosa, da equipe do Lopes Rodrigues e convidada para proferir a palestra do evento; Regicélia Silva de Jesus, coordenadora geral da Divisão de Saúde Mental, órgão da Prefeitura de Feira de Santana. As galerias e o plenário receberam várias personalidades, inclusive representações de segmentos diversos da sociedade, como o presidente da Associação Comercial, Genildo Melo.
O HLR, que já chegou a acolher, no passado, em sua fase de "colônia", cerca de 800 pessoas em suas instalações, conta, no momento, com três cidadãos, que devem em breve ser transferidos para uma das nove residências terapêuticas. Engana-se, porém, que sob este novo conceito de assistência, o HLR reduziu as suas atividades. Lembra Iracy, com nove anos e meio no cargo de diretora, que o atendimento no local é em regime 24 horas, para casos de urgência e emergência em saúde mental. São disponibilizados 70 leitos, para pacientes de Feira de Santana e de toda a sua macrorregião.
Se alguém "surta", por exemplo, durante viagem em um ônibus interestadual ou intermunicipal, passando por Feira de Santana, esta pessoa é conduzida ao Lopes Rodrigues, assim como acontece com qualquer cidadão desta cidade ou da zona rural. Iracy observa, porém, que a unidade recebe muitos pacientes que poderiam ser atendidos na rede básica. "De qualquer forma, aliviamos a crise daquele momento, colocamos em observação e os encaminhamos aos CAPS", explica a gestora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário