Saudado aqui e em todo o país como um
“feirense de coração”, Olney São Paulo [foto acima] que se vivo estivesse este
mês completaria 83 anos, foi sempre presente nas movimentos artísticos e
culturais da Feira de Santana, com destaque para o cinema, seja como ator, autor,
diretor e mestre dos amantes da Sétima Arte nesta cidade. Vale a pena lembrar
um pouco da trajetória de Olney em um dos muitos relatos do jornalista e
crítico cinematográfico Dimas Oliveira [foto abaixo]. (Adilson Simas)
- Olney São Paulo, falecido em
fevereiro de 1978, é um nome sempre reverenciado em Feira de Santana.
Ele deu nome a Cine Clube – que não
está mais em atividade. Seu filme “Grito da Terra” virou nome de jornal -
também extinto. Teve mesa com seu nome no Balcão Di Vidros - um bar que já
fechou. Foi nome de premiação, em 1994, do Salão Universitário de Artes
Plásticas, do Museu Regional de Arte.
Mais: na Universidade Estadual de
Feira de Santana (Uefs) existe (?) o Coletivo Olney São Paulo, entidade formada
por professores e alunos para estudar cinema. Na Galeria Carmac tem um espaço
chamado praça Olney São Paulo. No bairro Aviário existe uma extensa rua com seu
nome. Ele também denomina a praça de alimentação do Boulevard Shopping.
O cineasta é fonte constante de
estudos acadêmicos de relações entre literatura e cinema no Brasil.
Em 2011, a Câmara Municipal criou a
Medalha de Honra ao Mérito Olney São Paulo, projeto de resolução de autoria do
então vereador Ângelo Almeida, a ser concedida anualmente a duas pessoas ou
entidades que tenham contribuído na difusão da cultura e da arte e na revelação
de jovens artistas no âmbito do Município. Pelo que consta, ainda não foi
concedida.
Seu filme "Manhã Cinzenta"
foi apresentado em vários festivais internacionais, como Pesaro (Itália),
Cracóvia (Polônia), Mannheimm (Alemanha) - onde foi premiado com o Filmdukaten,
em 1970, e causou curiosidade nos alemães com sua presença, pois ele foi para o
festival de sandálias de tiras de couro cru, naturalmente compradas na feira
livre de sua terra -, Londres (Inglaterra), Havana (Cuba), e Viña Del Mar
(Chile).Olney foi elogiado por Orson Welles (realizador do maior filme de todos
os tempos, “Cidadão Kane”), para quem "Manhã Cinzenta" era um filme
extraordinário.
Glauber Rocha, que filmou em Feira de
Santana o prólogo de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", em 1964,
chamou Olney de "mártir do cinema brasileiro", disse mais que ele
"é a metáfora de uma alegoria. Alegorias estas que muitas vezes foram
barradas, mas que nunca deixaram de ser registradas".
No catálogo oficial do I Mille Occhi,
oitava edição do Festival Internacional de Cinema e de Arte, realizado em
Triestre, na Ítália, entre 18 e 26 de setembro de 2009, consta artigo de Dimas
Oliveira, especialmente escrito (e traduzido do inglês para o italiano), sobre
"Grito da Terra", de Olney São Paulo, que foi exibido no festival. A
atriz Helena Ignez - que atuou na realização feirense - foi destacada com o "Premio
Anno Uno" e teve mostra de seus filmes no evento. O catálogo dedica 26
páginas (29 a 54) a Helena Ignez, sendo as duas últimas destinadas ao filme de
Olney São Paulo.
Primeiro filme
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