quarta-feira, 5 de abril de 2023

Pessoas com HIV/AIDS esperam até oito meses para primeira consulta em Centro Especializado de Saúde

 

Ao iniciar o tratamento no Centro Especializado de Saúde, a pessoa com HIV/AIDS pode esperar até oito meses para a primeira consulta médica. Esse é apenas um dos muitos problemas enfrentados na unidade, que inclui desde a estrutura física inadequada à falta de acolhimento ao paciente. A situação foi denunciada na Tribuna Livre da Câmara Municipal, na manhã desta quarta-feira (5), por Josefa Farias dos Anjos, presidente da Associação de Familiares, Amigos e Pessoas com Aids. 

Josefa conhece de perto as dificuldades das pessoas com HIV, já que ela própria contraiu o vírus. “Somos cercados de preconceito e precisamos de cuidado, por isso coloco o meu rosto e a minha voz nessa luta”, disse a técnica de Enfermagem, que comanda a entidade criada há oito anos. Ela pediu o apoio dos vereadores, citando que alguns deles já acompanham o trabalho da Associação, inclusive destinando verbas para a unidade, que é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde, localizada na rua Geminiano Costa.  

A falta de cuidado do governo municipal com o tratamento das pessoas com HIV, de acordo com Josefa Farias, é traduzida pelo tratamento dado aos profissionais de saúde. “Os médicos paralisaram o atendimento durante 13 dias e os enfermeiros também”, disse, destacando que são mais de 5 mil pessoas em tratamento. “É uma falta de respeito com quem cuida da gente”, acrescentou, citando ainda a posição de invisibilidade dessas pessoas. “Estamos escondidos”, frisou.  

Na visão de Josefa Farias, de referência a unidade de saúde não tem nada. “Paredes sujas, banheiros podres”, resumiu, ao falar das condições do espaço.O trabalho da Associação não é apenas em defesa de tratamento, mas sobretudo de amor e respeito. “Se conseguirmos pelo menos um jovem não ser contaminado, já valeu a pena”, defendendo a importância de publicizar esses problemas, “mostrar o que está acontecendo e não jogar para debaixo do tapete”.  

Lembrando que o prefeito Colbert Martins é médico e jurou cuidar de vidas, a técnica em Enfermagem cobrou uma postura mais comprometida com a situação e sinalizou preocupação com a Micareta, que acontecerá ainda este mês, entre os dias 20 e 23.  “Amor e respeito é a base de tudo, da educação, da saúde, da vida”, defendeu. Ela contou com o apoio de vários vereadores, dentre os quais a presidente da Casa, Eremita Mota (PSDB), Jhonatas Monteiro (PSOL), Luiz da Feira (Avante), Galeguinho (PSB) e Lu de Ronny (MDB).

 

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