Feira de Santana construiu ao longo destes quase dois séculos suas
particularidades e peculiaridades. Nesta sexta-feira, 18, a Princesa do Sertão,
como assim a viu o advogado Ruy Barbosa, que em 1919 esteve na cidade em
campanha para a presidência da República, completa 182 anos. Ao longo dos anos
ganhou outros apelidos, como “Áurea da Bahia”, dado pelo advogado e político
Pedro Calmon; “Cidade escola”, pelo padre Ovídio de São Boaventura, “Cidade
progresso”, reconhecimento do ex-presidente Jânio Quadros. No seu hino:
“Paraíso por nome de Feira”.
Ao longo dos anos cumpriu a sua vocação, desde a sua fase embrionária,
para ser protagonista regional. De principal vereda para a passagem e pernoite
de boiadas para o porto de Cachoeira, ganhou ferrovia e se tornou um dos
principais entroncamentos rodoviários – se não o maior – do nordeste. Pelo seu
território passam duas principais rodovias federais, as BRs 116 e 101, que
cortam o país do nordeste ao sul, além de ser porta de entrada – ou saída, a
depender da ótica, da mais movimentada das estradas baianas, a 324.
Os apelidos foram colocados por visionários. Feira, como é carinhosa
chamada por seus moradores – natos ou de coração, se tornou a maior cidade da
Bahia – e a segunda maior do nordeste, consolidando-se como a princesa
sertaneja, pólo para centenas de cidades. É uma cidade magnífica, um dos
sentidos de áurea, que ao longo dos anos recebeu milhares de novos moradores,
base da sua formação populacional. Aqui moram cidadãos de todos os estados
brasileiros e de outros países. Chegaram e ficaram. Formaram famílias. Nunca
mais saíram.
Padre Ovídio tinha a educação como uma das suas preocupações. Fundou uma
escola no Asilo Nossa Senhora de Lourdes. A partir dos anos 70, a cidade ganhou
a sua faculdade de educação, que depois foi transformada em Universidade
Estadual de Feira de Santana. E virou pólo de educação, como anteviu o padre,
primeiro filantropo da cidade. O IEGG (Instituto de Educação Gastão Guimarães)
e o Colégio Santanópolis foram referência em educação, atraindo milhares de
jovens das cidades próximas e distantes. Hoje, a indústria da educação é
extremamente forte, com mais de 30 faculdades particulares, o campus da UFRB,
mais colégios de reconhecida qualidades pedagógicas.
Das boiadas correndo nas ruas às indústrias: eis o progresso que chegou
a Feira de Santana a partir dos anos 60. E a cidade ganhou gigantes do setor,
que geram milhares de postos de empregos. O comércio está no seu gene – antes
era chamada Cidade Comercial de Feira de Santana. É o mais pujante entre as
cidades do norte e nordeste. Costuma-se afirmar se o produto não for encontrado
na cidade não é encontrado em nenhum outro local – a frase é figurativa, mas
tem o seu significado prático. E o seu hino canta seus encantos e beleza. De
terra formosa e bendita a paraíso, toda cheia de graça infinita, de Santana é a
filha querida e o teu povo tão cheio de vida.
Fonte: SECOM
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